sexta-feira, 19 de junho de 2009

[INFORMAÇÃO] Aulas à distância (e-learning)


Utilizado por diversas instituições no mundo, o ensino à distância é um dos pontos mais controversos da greve que se intalou na três principais universidade paulistas.

Grupos de estudantes entraram em paralisação, entre outros motivos, por não concordarem com a implementação de projetos da Universidade Virtual do Estado de São Paulo,Univesp, entidade voltada para o ensino à distância.

Criada pelo atual governador de São Paulo, José Serra, do PMDB, a Univesp é um sistema de financiamento que irá ajudar a custear programas de ensino à distância (EAD) das três grandes instituições de ensino superior públicas do estado: USP, Unicamp e UNESP. Isso significa que a Univesp, que está vinculada à Secretaria de Ensino Superior, não vai ter o poder de criar cursos, já que fica a critério das universidades elaborar, aprovar e implementar as disciplinas ministradas.

“A Univesp não estabelece uma política de atuação. O aspecto pedagógico, como vai ocorrer a interação, tudo fica a cargo do professor”, explica José Armando Valente, Coordenador do Grupo Gestor de Educação à distancia na Unicamp. “A proposta é que isso seja feito com a maior interação possível, pois é assim que a gente garante a qualidade da informação”, diz o professor que, desde 1996, trabalha com EAD.

Uma vez que a quantidade de cursos e alunos depende do planejamento de cada faculdade, a Univesp ainda não possui um departamento técnico voltado exclusivamente para o EAD. “Nossa idéia é começar com seis pessoas para cuidar não somente dos cursos à distância, mas dedicadas a dar também apoio técnico ao ensino presencial”, diz Gil da Costa Marques, Coordenador de TI da USP e representante da Universidade de São Paulo no Comitê Diretivo do programa Univesp.

Marques ressalta ainda a questão econômica que envolve os cursos à distância. “Se fôssemos criar cursos presenciais para todos os alunos que precisam, não haveria como manter o ensino no nível que a USP pratica. O Estado dedica cerca de 10% do orçamento para o ensino superior público. Precisaria de 20 vezes mais para atender todo mundo, o que é simplesmente inviável”, diz.

No entanto, as afirmações a respeito dos benefícios dos cursos à distância não são aceitas pela liderança estudantil das universidades. “Manter a qualidade de um curso à distância é muito mais caro que a própria Univesp pretende financiar”, afirma Reginaldo Alves, membro do Diretório Central Estudantil (DCE) da Unicamp. “Parece vantajoso lucrativamente, mas o ensino praticado será de qualidade inferior”, diz.

O foco mais tenso das paralisações, no entanto, é a USP. Funcionários iniciaram protestos por melhores salários no dia 3 de maio, seguidos pouco mais de um mês depois, dia 5 de junho, por professores e estudantes.

“Além da expulsão da Polícia Militar do campus e da demissão da atual reitora, Suely Vilela, com implementação de eleições diretas para seu sucessor, um dos pilares da nossa greve é a Univesp”, diz Gabriela Hipólito, membro da atual chapa do DCE da USP. Aluna do quarto ano de letras, ela explica que os estudantes não são contra o uso da tecnologia para a educação: “O que discutimos é a forma como ela está sendo utilizada, somos contra a Univesp”, diz.

Gabriela afirma que os estudantes são a favor de toda forma de tecnologia associada ao ensino, mas acredita que ela seja um acessório no aprendizado. “A base é a universidade, ensino presencial. A Univesp vai trazer o que chamamos de precarização de estudo”, acredita.

Para Valente, está é uma afirmação “totalmente ignorante”, já que “ a presença de um aluno em sala não garante sua participação na aula; já o ambiente virtual propicia até mais condições de interagir. Se o professor fizer uma pergunta na educação à distância, ele obtém 30 repostas; na sala de aula apenas dois ou três alunos respondem”.

Em sua opinião, os estudantes que se mostram contrários estão se baseando em modelos ruins praticados por algumas instituições privadas. Fora do Brasil, há diversos casos de universidades renomadas que há alguns anos praticam o ensino à distância.

A Open University, na Inglaterra, por exemplo, iniciou sua primeira turma em 1971. Na Berkeley, nos Estados Unidos, há mais de 140 cursos de extensão à distância. Até mesmo o tradicional MIT disponibiliza uma opção de graduação à distância – mas exige a presença do aluno no campus por um semestre inteiro, além de sua presença em outros eventos regulares.

A troca de farpas entre movimento estudantil e coordenação da Univesp vai além de discussões pedagógicas. “A população carente tem que estar presente no campus. Somos contra criar duas universidades: uma para elite de São Paulo, branca, e outra para quem não tem acesso a ela”, diz Gabriela, do DCE da USP. Já Valente rebate, dizendo que a postura de alguns estudantes é que é elitista: “Foi falado em reuniões que a verba deveria melhorar a condição de quem já está no campus, investindo na biblioteca, em estúdios... Nós não estamos falando de educação à distância para quem já está na faculdade – é para quem não entrou nela ainda”, diz.

Mas parece que, pelo menos por enquanto, a única coisa “distante” é o início das aulas em parceria com a Univesp, já que o curso para formação de professores de ciência à distância da USP não terá início este ano, como havia sido anunciado. O curso foi adiado para 2010 pois os próprios professores não entraram em um acordo com o Governo.

por: Paula Rothman, de INFO Online

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