Por: Marcelo Vieira
em: www.guanabara.info
Segundo definição da Wikipedia:
“A lógica (do grego clássico λογική, que significa palavra, pensamento, idéia, argumento, relato, razão lógica ou princípio lógico), é uma ciência de índole matemática e fortemente ligada à Filosofia. (…) Assim, a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar, ou do pensar correto, sendo, portanto, um instrumento do pensar.”
A Lógica Matemática é o uso da lógica para entender o raciocínio matemático, usando princípios que permitem distinguir raciocínios válidos de outros não válidos. Ou seja, pode ser considerada como a ciência do raciocínio e da demonstração, algo que vai muito além do simples “verdadeiro e falso”.
Esse tipo de raciocínio é mais importante do que parece. Um dos exemplos mais práticos é o uso na programação, nas expressões condicionais. Fica muito mais claro e rápido desenvolver e compreender expressões lógicas. Além disso, desenvolve-se o raciocínio da demonstração - demonstrar um raciocínio logicamente, tanto na informática, na matemática ou no dia-a-dia.
Vou colocar alguns princípios da lógica, pois é algo que realmente vale a pena conhecer.
Proposições
Primeiro, alguns princípios mais simples sobre a lógica. O primeiro deles, o conceito de uma proposição.
Precisamos considerar que uma proposição é um conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento de sentido completo.
Ex: Gustavo Guanabara é professor.
O carro da estudande é azul.
O pato está ausente.
Toda proposição pode ser verdadeira, ou pode ser falsa. Não existe uma terceira opção. Esse é o princípio da não-contradição. Além disso, ela não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo (isso não é física quântica). Ou seja, Gustavo Guanabara não pode ser e não ser professor ao mesmo tempo. Chamamos isso de princípio do terceiro excluído.
Diz-se então que uma proposição verdadeira possui valor lógico V (verdade) e uma proposição falsa possui valor lógico F (falso). As proposições simples são sempre indicadas por letras latinas minúsculas, sendo mais comuns as letras p, q, r, s…
Exemplos:
p: ” 3 + 5 = 2 ” ( F )
q: ” 7 + 5 = 12″ ( V)
r: ” O Sol é um planeta” ( F )
s: ” Um pentágono é um polígono de dez lados ” ( F )
Negação
O símbolo ~ representa uma negação lógica, e inverte o valor da proposição. Ou seja, temos a falsidade caso a proposição seja verdadeira e a veracidade se a proposição for falsa.
Se p é verdadeiro, (~p) é falso. Se q é falso, (~q) é verdadeiro.
Logicamente, podemos perceber que negar uma negação é o mesmo que escrever a própria proposição. Imagine o valor de (~(~q))… se estamos negando novamente uma proposição que já foi negada, temos de novo o valor da proposição.
Operações lógicas
Podemos formar novas proposições compostas através de outras proposições através de operações lógicas, usando os chamados conectivos. Os conectivos são símbolos. Veja abaixo:
^(e) - representa uma conjunção
A Terra é redonda e a neve é branca - p ^ q
No caso p e q são conjuntos
v (ou) - representa uma disjunção
A Terra é redonda ou a neve é branca - p v q
No caso p e q são disjuntos
-> (se… então) - representa uma implicação
Se a Terra é redonda, então a neve é branca - p -> q
No caso p é o antecedente e q é o consequente
<-> (se e somente se) - representa uma bi-implicação
A Terra é redonda se e somente se a neve é branca (p<-> q)
No caso p é o antecedente e q é o consequente
Talvez a lógica do “e” do “ou” não seja difícil de compreender, ainda mais para quem já está acostumado com algoritmos e programação.
Na prática, quando temos proposições unidas pelo conectivo “e”, o valor da proposição final é o seguinte:
- Verdadeiro quando somente os valores de todas proposições que a formam forem verdadeiros
- Falso nos demais casos.
Quando o conectivo usado é o “ou“, o valor da proposição final é:
- Verdadeiro quando pelo menos uma proposição é verdadeira,
- Falso quando o valor de todas as proposições é falso.
Tabela Verdade
Conhecendo os valores lógicos das proposições nas operações, podemos fazer uma determinação dos valores lógicos das proposições compostas através da chamada Tabela Verdade.
O procedimento é simples. O número de linhas que a tabela vai ter é sempre igual a 2 elevado ao número de proposições simples que existem na proposição composta. A idéia é sempre ir intercalando os valores de verdadeiro e falso de cada proposição, de forma que tenhamos todas as possibilidades. Veja só:
1- Tabela Verdade de ~ p :
Temos só uma proposição, que é “p”. Então, temos 2¹ = 2 linhas de tabela. Escrevemos os valores possíveis de “p”, e em seguida analisaremos o valor da proposição “~p” de acordo com os valores de “p”.
p | ~p |
V | F |
F | V |
Simplesmente negamos o valor de “p” e escrevemos o resultado na coluna da proposição “~p”.
Essa foi bem simples. Uma mais complicada:
2 - Tabela Verdade de (q v p) ^p
São duas proposições, “p” e “q”, então temos 2² = 4 linhas de tabela. Vamos primeiro verificar os valores da primeira operação, entre parênteses, e com os resultados dela analisar a segunda operação, sempre começando escrevendo os valores de cada proposição.
q | p | (q v p) | (q v p) ^p |
V | F | V | F |
V | V | V | V |
F | F | F | F |
F | V | V | V |
Escrevendo os valores de “p” e de “q”, fizemos os resultados de ” q v p”. E usamos essa coluna de resultados com a dos valores de “p” para fazer “(q v p) ^p”.
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