quinta-feira, 7 de outubro de 2010

[HARDWARE] Princípios da manutenção de computadores e periféricos

A filosofia está por trás de todas as ciências, e a informática não é exceção. Antes de fazermos qualquer coisa deveríamos planejar, analisar a situação anterior, a atual e o aquela onde queremos chegar, ou seja, nosso objetivo. Para tanto é preciso pensar na filosofia da coisa ou, em termos práticos, vejamos algumas idéias que julgamos importantes para quem lida com manutenção de micros:

1 — Quando é que começa e acaba uma manutenção?
Muitos técnicos pensam que o conserto começa quando estão com o aparelho defeituoso na bancada, com a chave de fenda na mão e prontos para desmontar o “paciente”. Porém, a nosso ver, a manutenção começa no exato momento em que o técnico toma conhecimento do problema, nem que seja por telefone. Em outras palavras, desde o primeiro contato com o cliente o procedimento de manutenção já se iniciou. A partir de então cabe ao profissional tomar as providências de maneira correta, precisa e coordenada para chegar ao bom término do serviço. E como é este término? A situação ideal é que o aparelho fique funcionando, o cliente esteja contente e, claro, o técnico saia com seu pagamento no bolso, num valor justo e bom para todos.

2 — O equipamento já funcionou bem algum dia.
Este é um princípio básico da manutenção, valendo para qualquer tipo de equipamento. É preciso entender que um equipamento em manutenção é diferente de um aparelho novo, que está sendo posto em funcionamento pela primeira vez. Um exemplo: é muito comum, quando se monta um novo computador, que alguma peça tenha vindo de fábrica já com defeito ou que seja incompatível com outros componentes do sistema. Não significa que esteja defeituosa mas que, simplesmente, não funciona bem no conjunto ou são incompatíveis. Mas isto só acontece em micros novos. Deve-se ter sempre em mente que o computador que estamos consertando é usado e, portanto, JÁ FUNCIONOU BEM ALGUM DIA e cabe ao técnico de manutenção descobrir porque ele deixou de fazê-lo. Pode ser algum componente defeituoso, mau contato, programas mal instalados, softwares defeituosos, vírus ou dezenas de outros possíveis fatores, sendo esta a tarefa: descobrir o que interrompeu o perfeito funcionamento do equipamento. 

3 — Determine exatamente qual é o problema
A maneira correta de se abordar um problema, por si só, já representa boa parte da solução do mesmo. Poderíamos também falar assim: “para resolver um problema é preciso primeiro saber qual é ele”. No caso de manutenção de micros é fundamental caracterizar bem o defeito. Pequenos detalhes podem dar pistas valiosas para chegar a um diagnóstico exato, preciso, que realmente resolva o problema e não algum sintoma por ele causado.

4 — Resolva o problema e não o sintoma
Cabe aqui o exemplo do médico: imagine que você está doente e vai procurá-lo. Descreve os sintomas que está sentindo, cabendo ao médico diagnosticar a causa do problema e buscar a cura para ela. De nada adianta receitar um remédio para dor de cabeça se o problema é causado, digamos, por uma sinusite, pois é preciso atacar a causa do problema e não o sintoma. Voltando para a informática, podemos citar um caso real. Determinado cliente nos procurou reclamando que seu computador estava travando. Durante as verificações básicas, que mostramos a seguir, constatamos que o travamento ocorria quando o microprocessador passava dos 70ºC e que este defeito já havia sido detectado anteriormente por outro técnico o qual, na tentativa de remediar a situação, colocou uma ventoinha na traseira do gabinete. O problema foi resolvido momentaneamente, porém, com o forte calor do verão, mesmo esta solução chegou ao seu limite, levando o sistema ao colapso. Analisando o problema, chegamos à conclusão de que o processador não deveria atingir aquela temperatura. Revisando o sistema, notamos que uma das presilhas do cooler estava quebrada, com isto não havia um bom contato térmico entre o processador e o dissipador de calor, dificultando a transferência de calor entre ambos, mesmo estando tudo aparentemente certo. Com a substituição do cooler a temperatura voltou ao normal, dispensando inclusive a ventoinha adicional. Este é um pequeno exemplo prático: o primeiro técnico tratou somente do sintoma, não procurou a causa do problema. 
5 — Utilize ferramentas adequadas
Quem lida com manutenção sabe que numa oficina entra uma grande variedade de aparelhos, de procedências diversas. Igualmente, variam muito as técnicas de montagem e desmontagem dos equipamentos e de seus componentes. Justamente por isto, as oficinas precisam ter um pequeno arsenal de ferramentas (vide o artigo “O que tem na mala do técnico”, na mesma edição da Revista PnP nº 9). Para fazer um serviço realmente profissional, sem avariar o aparelho e perdendo o menor tempo, o ideal é usar a ferramenta certa para cada operação. Por exemplo: se o aparelho exigir uma chave tipo torx ou philips não tente forçar com uma chave de fenda ou alicate, que vão fatalmente estragar a cabeça do parafuso e dar uma aparência amadora ao seu serviço, mesmo que este tenha sido tecnicamente bem feito.

6 — Tenha seu próprio ferramental
Digo sempre que o bom técnico deve investir em ferramentas, quer trabalhe por conta ou como funcionário. Procure adquirir a ferramenta adequada, mesmo que seja para um único aparelho que deu entrada na oficina. Uma vez com ela na bancada certamente vamos descobrir mais usos para a mesma e aumentar nossa produtividade. Todo profissional deve manter e zelar pelas suas ferramentas e instrumentos de trabalho, afinal é com isso que ganha a vida. Sabemos muito bem que, principalmente para quem começa na carreira, é difícil fazer os investimentos necessários para ter o instrumental mínimo, porém é uma meta a ser alcançada. Este é um esforço que vai se pagar com juros ao longo de toda uma vida profissional. Tenha suas próprias ferramentas, de boa qualidade e bem conservadas. Não se envergonhe de ter ciúmes delas e de não querer emprestar para os outros. Cada um que cuide de suas próprias ferramentas!

7 — Faça aparecer o defeito ANTES de mexer no aparelho
Falamos disto também na Revista PnP nº 9, mas é importante citar aqui pois é um procedimento básico. Tem muito técnico por aí — geralmente os menos experientes — que, ao se deparar com um equipamento supostamente defeituoso, já vai logo desmontando, formatando o HD ou instalando algum programa. Calma! Lembre-se das técnicas de primeiros socorros: é preciso primeiro estabilizar o acidentado ou enfermo, depois é que se vai tratar do problema. Quando se deparar com um equipamento defeituoso, antes de mais nada ligue-o e faça acontecer o defeito reclamado. Se você for logo mexendo em tudo não saberá se o defeito realmente foi reparado ou se, na verdade, ele nunca existiu.


Veja este artigo na íntegra no site da Revista PnP: Princípios básicos da manutenção de computadores
Saiba mais sobre a manutenção de computadores na Revista PnP:
Revista PnP nº 9 - Série especial de artigos sobre manutenção de computadores
Revista PnP nº 10 - Os 10 defeitos mais comuns dos micros e suas possíveis soluções 

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O Curso

O Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas das Faculdades Integradas Simonsen - FIS, é um curso presencial, reconhecido pela Portaria 1.003 de 12.07.1993 (D.O.U. 13.07.1993), com carga horária mínima de 2.334 horas, que poderão ser cumpridas em no mínimo 03 anos (06 semestres letivos) e foi recentemente aditado pela Portaria nº 281, 29 de setembro de 2009, publicada no D.O.U nº 188, de 01 de outubro de 2009, Seção 1, página 19.
Os graduados nos Cursos Superiores de Tecnologia denominam-se tecnólogos, são profissionais de nível superior com formação para a produção, inovação científico-tecnológica e para a gestão de processos de produção de bens e serviços.

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