Esta semana foi descoberta pela fabricante de antivírus Intego mais uma praga digital para MacOS X, o iServices.A. Capaz de dar o controle total do sistema para seu criador, a praga foi colocada junto de cópias piratas da suíte de escritório da Apple, o iWork 2009, em sites de BitTorrent. Embora seja mais um caso de código malicioso para a plataforma da maçã, vê-se mais uma vez os “fãs” da plataforma falando que “não se trata de um vírus, mas de um cavalo de tróia”.
A “lógica” por trás de tal falácia é que, segundo esses usuários, a praga depende de interação do usuário, qual seja, o download do programa pirata, para ser instalada. Um “vírus”, para eles, é somente um código malicioso que se espalha automaticamente de um sistema para o outro, sem necessitar de interação do usuário. Uma definição, diga-se de passagem, no mínimo “inovadora”.
Na verdade, existem duas definições para vírus, quais sejam:
- Um programa que se anexa a outros arquivos para se espalhar — esta definição é geralmente dita como “vírus clássico”;
- Qualquer programa com intenção maliciosa — essa é a definição que a maioria dos usuários conhece, porque não sabem as diferenças entre worms, cavalos de troia, spyware, adware, exploit, etc.
Quando um usuário leigo lê que “não existe vírus para Mac”, ele entende a frase com essa segunda definição. Ou seja, entende-se que não existe nenhum tipo de código malicioso que rode no sistema, o que é falso. No entanto, a “genial” (re)definição da palavra vírus pelos defensores do OS X permite que seja dito que “não existe vírus para Mac” — o que eles querem dizer é que não existe uma praga que se espalha automaticamente, o que até o momento é o caso, mas o que os usuários entendem é uma mentira.
“Vírus” nunca teve tal definição e mesmo os “vírus” para Windows não mais se anexam em programas. Não faz sentido, porque outros meios de disseminação, como comunicadores instantâneos e e-mails obtêm resultados mais rapidamente. Mas, infelizmente para os fãs da Apple, o OS X já teve um vírus clássico, que também era um worm que se espalhava pelo iChat.
Para todos os efeitos, existem vírus para Mac, sim. Pelo menos é isso que você precisa dizer para o usuário leigo, se ele lhe fizer essa pergunta. Porque ele não está interessado em jogar o jogo das definições de código malicioso, ainda menos com definições incorretas.
É fato que até o momento nenhuma brecha foi explorada no sistema para criar um worm. Mas, vale dizer, o Windows possui proteção contra esse tipo de praga digital desde o Windows XP, com o firewall, que foi ainda melhorado (e ativado por padrão) no Service Pack 2. Ainda assim, usuários continuam desativando os recursos de segurança e permitindo que pragas do gênero tenham êxito.
Se os usuários de uma plataforma desativam inconsequentemente as funções de segurança, não existe nada que se possa fazer para protegê-los. Talvez usuários de Mac sejam simplesmente mais cuidadosos, pelo menos por enquanto.
por: Altieres Rohr
em: Linha Defensiva
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