domingo, 14 de fevereiro de 2010

[INFORMAÇÃO] Desenvolver solução diferenciada ou morrer tentando


A Guerra da Microsoft contra o Software Livre. Clique para ver em tamanho maior.

Sou só eu ou vocês também tem a impressão de que a Microsoft perdeu o bonde da história? Explico melhor aí embaixo. O texto é longo, mas acho que vale a pena.

Todos nós conhecemos a Microsoft, grande corporação de marketing software que temos hoje em dia, uma das maiores empresas do mundo, etc e tal. Quem ouve o Retrocomputaria, já vai sabendo que no futuro teremos um episódio falando do início dos PCs, da Micro-soft (sim, tinha hífen) e como tudo começou. Se você tiver interesse, também recomendo assistir o documentário “O Triunfo dos Nerds“, apresentado pelo Robert X. Cringely.

Todo mundo sabe também que não morro de amores pela Microsoft. No meu blog, existem vários comentários que fiz à MS, e a maioria não foram elogios. Sim, eu uso Windows no trabalho, e já tive muitos problemas com software mal-educado para rodar em usuários não-privilegiados no sistema da Microsoft. Ironicamente, um dos piores… Era um software da própria Microsoft, o Visual Basic. Afinal, alguém pode me explicar porque o VB quer mexer numa DLL dentro de C:WINDOWSSYSTEM32? Ou por que o Organograma do Word quer criar um arquivo temporário no C:WINDOWSSYSTEM, e você tem que descobrir qual é o arquivo para não liberar o diretório todo, e isso afetar toda a segurança do sistema? Logo, já falei mal dela várias vezes, e o pior: eles me dão motivo. Desde 1995, na saudosa Esquina das Listas, eu li o nome de uma lista que tive que assinar: “Odeio Windows mas sou obrigado a usar“. Na época, sem alternativas. Ou era Microsoft, ou nada.

De lá para cá, todo mundo sabe, muita coisa mudou. O crescimento de alternativas tem sido perceptível, até para os high-monkeys microservos, o que tem deixado-os preocupados. Uma empresa que não está acostumada a ter concorrência (vide o caso dessa que todos nós conhecemos), quando começa a ter, se apavora. Concorrência, até um nível aceitável, é algo saudável: Vide a briga Intel x AMD: Por mais que a Intel seja muito maior do que a AMD no mercado de processadores, precisou a segunda jogar com valores bem baixos no mercado para que a primeira corresse atrás do prejuízo com os Core 2 Duo. A segunda fez cortes drásticos de preço, fazendo os Athlon 64 X2 custarem metade do preço em pouco menos de dois meses. E isso aqui no Brasil. Imagina nos Estados Unidos…

Mesma coisa no mercado de software: A Microsoft teve que se render. A aliança com a Novell, por mais que seja abominável pelos olhos da maioria da comunidade do software livre, prova uma coisa: A Microsoft admitiu que o Software Livre é uma realidade e pior, uma ameaça. Você já pode se dar ao luxo de montar um escritório todo rodando em cima de softwares livres. Vi reportagens em revistas, onde o autor instala tudo com alternativas livres, ou até coloca o Windows XP, e todo o resto é software livre: BrOffice.org, Inkscape, VLC, Pidgin, etc. Muito interessante.

Ao mesmo tempo, a Microsoft começa a se atrapalhar no seu gigantismo. Ela está tão grande, tão grande… Que perdeu a agilidade. A Microsoft é hoje o que a IBM foi há 30 anos. IBM que, aliás, hoje em dia aprendeu a lição: Vendeu a fábrica de HDs para a Hitachi, emancipou a fábrica de impressoras (Lexmark), os desktops e os notebooks foram para a Lenovo, e 50% da sua renda vem hoje de serviços, principalmente terceirização de TI. Conheço gente que trabalha com desenvolvimento e está na IBM hoje em dia. A Big Blue se reinventou para os novos tempos. E não deixou de inovar: Está aí o POWER 7 que não me deixa mentir.

Voltando à Microsoft: Notaram como ela não tem conseguido se dar bem em novos mercados? Vejamos:

  1. Em mobilidade, a Microsoft tem o Windows Mobile, que tem fãs ardorosos, alguns inclusive formadores de opinião (por infelicidade geral). Vejamos os concorrentes:
    • O Symbian é o que tem a maior penetração no mercado. Basta ter o apoio da Nokia, o maior fabricante de celulares do mundo (pouco mais de 1 bilhão de celulares vendidos). 42% do mercado mundial.
    • Por mais que os trombeteiros do apocalipse alardeiem, a Palm não morreu, e o Pre está aí, tornando-a novamente relevante para o mercado. Já falam em licenciamento do WebOS para outras plataformas.
    • Os Blackberrys, da RIM, que viciam, também são uma mania entre os americanos. E convenhamos, são uma graça, e funcionam muito bem. Quase 20% do mercado.
    • Precisa falar do iPhone? O celular mais hypado da história (e que eu tenho uma opinião bem particular a respeito), e a Apple está nadando de braçada nesse mercado. Terceiro lugar no ranking dos sistemas operacionais para portáteis, atrás dos Symbian e dos Blackberry.
    • Android, crescendo a olhos vistos… Eu mesmo falei por aqui de que quase todos os fabricantes de celulares irão usar o Android. Falam até na Nokia…
    • Ah, antes que eu me esqueça… Linux em celulares, com outras alternativas: os Linux customizados da Motorola, LiMo Foundation… Pois é.
  2. Qual seria a resposta óbvia da Microsoft? Windows Mobile 7. E cadê o dito cujo? Nada. Atraso de mais de um ano. Falam em meados de 2010, agora. Será que ele se tornará relevante para o mercado? Note que não estou dizendo que o Windows Mobile é ruim. O Windows Mobile pode até ser bom, mas tem muita concorrência – que não está parada. No mercado corporativo, a RIM leva de lavada; a Symbian tem apelo com o market-share e ferramentas como acesso a servidores Exchange (da própria Microsoft), assim como iPhone e Android. E no mercado dos tech freaks, os “amantes da tecnologia”? Alguém aqui quer um celular com WM? A maioria quer iPhone… E tem mais uma coisa: As inovações que o Windows Mobile 7 trará, já existem no iPhone, no Android e em breve no Symbian (ainda mais depois do código ser aberto).

  3. No campo dos videogames, ela parece que agora acertou a mão. Sejamos francos, o Xbox (o primeiro) é um PC castrado. Basta você hackear a BIOS e ele é um PC, e teve muita gente fazendo dele servidor por aí. Agora, com o 360, ela está com um aparelho muito bom, e parece que acertou a mão com a Xbox Live. A rede é realmente empolgante pelo que dizem. Mas… E os concorrentes?
    • A Sony ainda tem o videogame mais vendido da história, o Playstation 2. No PS3, ela apostou em fazer dele um player de Blu-Ray (como fez com o PS2 como um DVD-player), só que o custo alto e o alto consumo de energia tornaram-se entraves. No Brasil, lamentavelmente, com jogos custando R$ 200 (Mortal Kombat x DC Universe, eu perguntei o preço!), ele não se populariza pela falta de cópias não-autorizadas de jogos sendo vendidos por preços mais em conta. Se bem que o custo dele caiu (dumping da própria empresa), e o desbloqueio dele farão o PS3 se popularizar (um conhecido já recebeu 5 encomendas de PS3 no dia seguinte ao anúncio do desbloqueio).
    • A Nintendo ressurgiu das cinzas: O Wii é hoje o queridinho do mercado e vende horrores, mesmo com o preço alto que cobram por ele aqui em terra brasilis não fazer jus ao seu hardware embarcado, inferior ao Xbox 360 e o PS3. Numa rápida olhada em um site de pesquisa de preços, vi o PS3 a R$ 1192, o Xbox 360 a R$ 1025, e o Wii a R$ 850 (preços de 4/7/09). Para um equipamento razoavelmente inferior, a diferença de preço é de 17% para o 360 e 29% para o PS3. Só que o Wii não vale isso tudo, o hype em torno dele mantém o preço dele alto. E todo mundo que-não-é-jogador quer um Wii.
    • Qual foi a resposta da Microsoft? Project Natal, que é fantástico. Mas não é inovador. Quero dizer, é inovador sim, mas quem lançou a idéia de “jogar com o corpo” foi a Nintendo, não a Microsoft. E todos irão lembrar-se disso.

    Ou seja, está bem, mas tem dificuldade. No Japão, por exemplo, a penetração é pequena. No Brasil… PS2 ainda domina. EUA… O Wii vendeu mais, tendo sido lançado 1 ano depois do X360. E por aí vai.

  4. Na Web então, a Microsoft tem algumas boas iniciativas (como o Bing!), mas está tomando uma lavada do Google. 79% contra 8% em buscadores é quase uma covardia. E francamente, alguém faz busca em outro site que não seja o Google?
  5. Aliás, vocês já viram que ela sempre corre atrás do Google? O Google soltou o Google Maps e o Google Earth, ela solta o Virtual Earth 3D. O Google faz o Google Docs, ela anuncia o Office 2010 online (mas pago). O Google tem uma área para desenvolvedores, e a Microsoft lança o Codeplex. E por aí vai.
  6. No mercado de navegadores, o Firefox está crescendo mais e mais, sem contar com o Chrome subindo no horizonte… Temos o Safari, mas o seu crescimento está vinculado ao crescimento do Mac OS X (e iPhone OS), não conheço quem prefira o Safari em execução numa plataforma Windows. E o Internet Explorer, que ficou parado por anos, deu uma revigorada, mas mesmo assim está paulatinamente perdendo mercado. O melhor exemplo que tive foi quando estava numa oficina mecânica, e o computador do escritório deles tinha o Firefox instalado. Virei para a esposa do dono, e perguntei sobre o navegador, ao que ela respondeu: “Ah, mas ele é muito melhor!” Se alguém que não é da área diz isso, o que diremos nós, que somos?
  7. E em música? A Apple, com o iPod, está lá na frente, mesmo vendendo um produto com acesso limitado (através do iTunes apenas – oficialmente falando), sem contar a iTunes Music Store. Para vocês terem uma idéia, acabo de ver essa na MacMagazine: “Apple dará um Gift Card de US$10.000 para quem baixar a 10.000.000.000ª música na iTunes Store“. A música número 10 BILHÕES. É coisa para caramba. E o que a Microsoft fez? O Zune. Conhecem alguém (além do @Johnnyken) que goste do Zune? Eu nunca nem vi um… E a loja? Havia conflito de DRM na loja, música adquirida para o Zune não tocava no micro, os DRMs não eram compatíveis… #EPICFAIL.
  8. Em linguagem de programação, quais são as mais usadas? Segundo o relatório da TIOBE de janeiro de 2010: Java, C e PHP. Java, em particular, cresceu MUITO e foi certamente a principal motivação da Oracle comprar a Sun (ou você acha que Deus Larry Ellison comprou a Sun porque gosta do Solaris?). O que a Microsoft fez? O .Net, que era apenas um press-release e demorou a tomar forma… E é uma extensão dos conceitos do Java. Não é inovador, me desculpem quem programa em *.Net, mas não é inovador. Java sim, foi. O .Net não é, e nem tem tanta penetração assim no mercado (VB em quinto lugar, C# em sexto), o C tem mais penetração do que eles dois somados. Se somar ao C++ (que é o quarto), então…
  9. Em design na Web e documentos, ela resolveu soltar um concorrente para o quase onipresente Flash, que foi o Silverlight. E os grandes acontecimentos do Silverlight foi transmitir a pose do Presidente Barack Obama, e uma coleção da Playboy acessível via Web. No caso da suite de Web da Adobe, ela pretendia soltar um concorrente, não sei no que deu (se souber, avisa aí embaixo). Ela chegou a bolar um concorrente para o padrão PDF, da Adobe e queria meter goela abaixo no Windows Vista. A Adobe chiou (na Justiça), e ela recuou.
  10. O mercado cativo da Microsoft é o Windows e o Office, que correspondem a 60% do faturamento da empresa. Nessa área ela reina, mas começa a ter mais pluraridade: Linux no desktop, apesar de pequeno, tem crescido rapidamente. Além disso, o Mac OS X tem aumentado sua penetração: iPod e iPhone acabam trazendo novos usuários para o Mac. Isso significa que eles não podem mais ignorar esse mercado. E lembrem-se: O OpenOffice.org está presente em 21% dos computadores PC alemães
  11. No mercado de servidores então, chega a ser humilhação: 33,8% do mercado, contra 7,9% do mercado para a Microsoft.
  12. Em em supercomputação? 436 dos 500 supercomputadores mais rápidos do mundo rodam Linux. Windows? 5. CINCO. Só!
  13. Aliás, uma coisa que a Microsoft sempre foi muito boa foi impor seu formato aos outros. Quer ver a lista?
  14. Algumas curiosidades a respeito da Microsoft:
    • Ela é a única empresa que ainda VENDE o sistema operacional. Sim, eu sei que a Apple também vende. Mas o foco da Apple não é vender sistemas operacionais, é vender hardware. E para ela, software é acessório. Por isso eles vendem o Snow Leopard a US$ 29. A mentalidade é diferente, não melhor nem pior, só diferente. Além do Windows e do Mac OS X, existe uma miríade de sistemas operacionais, fechados e abertos, mas todos são distribuídos de graça.
    • A Microsoft não trabalha com rentabilidade advinda de serviços. A IBM trabalha em cima desse modelo novo e enxugou onde pode. Isso deu agilidade a ela. A Microsoft continua no esquema de caixinha de software, serviço é com outra empresa.
    • É inegável a capacidade da Microsoft de se reinventar. Em 1996, ela se reinventou toda, pois para ela, valia a pena investir na rede MSN, que seria uma “internet em miniatura”, como o AOL, o Compuserve, entre outros. Para ela, a Internet não iria pegar, ou seria uma moda passageira. A história comprova o contrário, e a MIcrosoft soube se reinventar, abandonando idéias como o servidor de streaming Tiger, por exemplo.Ela é capaz de mudar rapidamente de foco.

E aí vem a motivação para publicar esse artigão, que dividi em duas partes: Recentemente, no The New York Times, Dick Brass, antigo vice-presidente da Microsoft, soltou um artigo com a sua opinião que muitos de nós já perceberam, mas não falávamos em voz alta para não sermos recriminados pelos (pouquíssimos) Windows fanboys: a Microsoft traz nenhuma inovação há tempos. E o mais assustador: Quem escreveu isso foi um ex-vice-presidente da empresa, alguém que já esteve lá dentro. E, creio eu, torce para o sucesso da empresa.

Repare que eu listei um monte de coisas no post anterior: Xbox 360, Zune, Project Natal, Windows Mobile, Google Docs… Mas perceba também que nenhum deles é realmente uma inovação, ao contrário, apenas uma compensação: Alguém faz sucesso, e a Microsoft corre atrás, copiando e melhorando – um pouco, tirando proveito do seu tamanho para impor a sua modificação. Quer ver?

  • O Xbox e o Xbox 360 surgiram e pegaram carona no sucesso dos Playstation 2 e 3.
  • O Zune foi uma tentativa de chegar no iPod, sem sucesso.
  • O Windows Mobile foi uma tentativa (bem-sucedida) de pegar os Palm, mas ultrapassou (por um tempo) mais por incompetência da concorrente. Hoje em dia, iPhone é o queridinho do mercado, e um dia será o Android (Afinal, estatísticas do Gartner Group apontam para o Android ultrapassando o iPhone em 2012).
  • O Office 2010 “online” é uma resposta ao Google Docs, assim como o Virtual World 3D é uma resposta ao Google Earth, e o MSN Spaces é uma resposta ao Orkut.
  • O .Net é uma resposta ao Java, como falei anteriormente.
  • O Bing foi uma resposta ao Google, mas… Você conhece alguém que trocou de um para outro?
  • Até o Project Natal, que é fantástico, não é uma mudança de paradigma: A Nintendo fez a mesma coisa com o Wii.
  • E o Courier? Alguém já ouviu falar? Sim, é o iPad-killer da Microsoft… Mas é puro vaporware, até agora nada. Enquanto sair, não vai passar de uma especulação do Gizmodo e um verbete na Wikipédia.

Por que então a Microsoft, que tem um centro de pesquisas super-bacana, patina tanto na frente dos concorrentes e somente os segue? Segundo o ex-vice-presidente: “Ao contrário de outras companhias, a Microsoft nunca teve um sistema real de inovação. Alguns de meus colegas comentam que ela na verdade desenvolveu um sistema para minar a inovação”.

Ele citou dois exemplos e eu acrescento mais alguns:

  1. Alguém conhece o ClearType? Ele é uma idéia interessante: Um sistema de suavização de fontes, que facilita a leitura em telas LCD. O objetivo era, a longo prazo, alavancar o mercado de ebooks, e estimular os tablets. Mas o sistema passou tempos sem ver a luz do dia simplesmente porque outras equipes de dentro da Microsoft se sentiram ameaçadas pelo sucesso dele. Parece piada, mas o que Brass disse que aconteceu foi:
  2. Engenheiros no grupo do Windows alegaram falsamente que [o ClearType] faria a tela entrar em curto quando certas cores fossem usadas. O chefe da divisão de produtos do Office disse que o recurso deixava tudo desfocado e dava dor de cabeça. O vice-presidente de produtos portáteis foi mais direto: ele apoiaria o ClearType e o usaria, mas só se eu transferisse o programa e os programadores para o controle dele. Como resultado, apesar de ter sido aclamado publicamente, ter tido promoção interna e garantido patentes, uma década se passou até que uma versão totalmente operacional do ClearType chegasse ao Windows.

  3. E o Tablet PC? Eu lembro desse, em 2001 a Microsoft falou em tablets, com interface na tela… Uma extensão dos Palms que dominavam o mercado na época. Mas, segundo Brass:

    o vice-presidente a cargo do Office decidiu que não gostava do conceito e por isso não daria andamento ao projeto de adaptar os programas da suíte para uso com touchscreens.

  4. (spoiler: Brass pediu 20 engenheiros para dar andamento ao projeto e só recebeu 6).

  5. Outra coisa é o timing dela que é horroroso: O primeiro iPod foi lançado em 2001. E o Zune? Final de 2006 (14/11/2006, para ser exato). Quase SEIS anos. E o Windows XP, que saiu em 2001 e só foi (mal) substituído pelo Vista em 2007? Nesse intervalo surgiram 5 versões do Ubuntu (isso porque ele foi lançado no final de 2004), 6 versões do Fedora (que surgiu em 2003), e 5 versões do Mac OS X (que foi lançado junto com o XP, em 2001).
  6. Acrescente aí os atrasos de produto: O Windows 95 saiu quase em 1996, e o Windows 98 foi adiado também. Há outros casos de adiamentos, mas o Vista foi o pior deles: Ele era para ter sido lançado em 2004, e não 2007.
  7. Vale lembrar que nem tudo é culpa de rinhas internas, porém a Microsoft se calca por demais no desenvolvimento de softwares com margens de lucro grandes, e não quer correr riscos com a criação de software e hardware inovadores. Isso é o que o ex-vice-presidente também fala.

E a Microsoft com tudo isso? Bem, depois da humilhação pública a que foi submetida em pleno NYT, a empresa se manifestou: Frank Shaw declarou em um post no The Official Microsoft Blog que “medimos nosso trabalho pelo impacto amplo dele”, acrescentando que “inovamos em escala, não em velocidade” (demorou, mas hoje o ClearType está em cerca de um bilhão de PCs ao redor do mundo). Mas… Nada do que o ex-vice-presidente falou foi negado. Ele simplesmente passou em branco, o que dá a margem de pensar que o que ele disse foi tudo verdade.

E a inovação continua estagnada: O produto que foi apresentado na CES desse ano foi o HP Slate, que é da… HP. Além disso, sai em… 2010. Quando? Não sabemos. O iPad, mesmo com todas as limitações, estará disponível em breve (e a Apple pode ter vários defeitos, mas cumpre a maioria dos seus prazos).

Quanto a ofuturo, acho que a Microsoft será em breve o que foi a IBM, que precisou reinventar-se para não quebrar. E há diferenças entre as empresas:

  • A Microsoft, até o fim da era “Bill Gates”, tinha uma direção extremamente personalista – Bill Gates encarava os ataques à M$ como algo pessoal, e não à empresa q ele criou. Pensamento monopolista demais. Ele não é a empresa, e pelo visto percebeu isso, com a Fundação Bill e Melinda Gates (que tem feito muita coisa bacana por aí).
  • IBM era um monopólio nos mainframes, mas também existiam a Digital, Burroughs (hoje Unisys), a Control Data… Entre tantos outras empresas. A M$ quer que exista SÓ ela. O sonho dela é ser a Apple, só que de todos os PCs.

E quanto à liderança… O Ballmer? Ah, o Monkeyboy já deveria ter se aposentado. Para o bem (?!) da Microsoft, poderiam passar a presidência para o Ray Ozzie, por exemplo, que tem uma cabeça mais aberta e não lança bravatas. Ele é um dos executivos que entendeu que o mercado é plural, e que deve conviver com isso.

por: Ricardo Pinheiro

em: Guanabara.info

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